quarta-feira, 28 de abril de 2010

Mulher x Arquitetura (Parte 2)

Agora vou falar um pouco do que descobri à respeito da “Cambridge School”, uma escola de arquitetura que no período de 1915 a 1942, se dedicou à formação exclusiva de mulheres.
A escola teve um início casual, quando uma estudante, que pretendia se formar em paisagismo, descobriu que mulheres não eram admitidas na escola de Paisagismo de Harvad. Ela encontrou ajuda com o professor Henry Atherton Frost (1883-1952) que foi seu tutor no período de um ano, essa iniciativa atraiu outras estudantes que bateram em sua porta buscando o mesmo tipo de aprendizado. Assim teve início, a Escola de Cambridge, que viria a se tornar a primeira e única escola realmente voltada ao ensino de projeto de arquitetura para mulheres nos Estados Unidos, uma alternativa para aquelas que não eram admitidas em outras escolas de arquitetura.
Para Frost predominava a idéia de que as mulheres eram voltadas para a arquitetura doméstica, enquanto os homens teriam maior probabilidade de se sair melhor em projetos monumentais. O objetivo inical era de ensinar arquitetura doméstica às meninas, que na sua visão também evidenciariam uma tendência ao desenho delicado e uma maior sensibilidade à cor e ao detalhe. Uma das razões que justificam essa postura é o fato de que a filosofia de ensino de ambos era a de formar mulheres para efetivamente trabalharem em arquitetura, e não apenas oferecer um aperfeiçoamento cultural para satisfazer anseios intelectuais. A possibilidade de uma mulher trabalhar na arquitetura doméstica parecia, para eles, muito mais razoável.
Porém as estudantes não pretendiam se limitar à arquitetura doméstica e o fato é que não sofreram restrições. Elas passaram a desenvolver projetos mais variados, envolvendo escolas, hospitais, pavilhões, auditórios, edifícios públicos, restaurantes, centros culturais modernos e até mesmo cidades inteiras. Para surpresa do próprio Frost, as mulheres revelaram grande capacidade na solução dos mais variados temas arquitetônicos.
O impacto da II Guerra Mundial, como é sabido, acabou gerando várias brechas para o acesso da mulher ao trabalho e ao estudo. Especificamente na Harvard Graduate School of Design, a vizinha nobre e masculina da Escola de Cambridge, o número de matrículas dos alunos despencara, uma vez que os rapazes encaminhavam-se para a guerra. Isso fez com que, ao fim de algumas reflexões e polêmicas por parte de diretores e professores, as mulheres finalmente fossem admitidas para estudar em Harvard.


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